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Estudos mostram que a religião pode influenciar na obesidade, saúde

Traduzido por Karol Fialho

Voz de Karol Fialho

Uma cena familiar para os fiéis religiosos americanos é uma reunião grande da igreja, com paroquianos felizes socializando, correndo atrás das crianças e quase inquestionavelmente comendo uma quantidade abundante de comida da mesa do lanche comunitário. Vários estudos sugerem que esse foco na alimentação tem um impacto negativo na cintura de devotos em todos os Estados Unidos.

Ben Hill, um professor de psicologia da BYU e terapeuta ocupacional há mais de 30 anos, disse que ele tem conhecido muitas pessoas que morreram por causa do “vício da alimentação verdadeira” e complicações como doenças cardíacas, obesidade, enfisema, hipertensão arterial pulmonar e outros efeitos colaterais por estarem acima do peso ou obesos.

“Nossa cultura (mórmon) inteira gira em torno da comida. O que é interessante sobre o vício é que, para cada coisa ruim em que podemos nos viciar, também há algo de bom. Nós dividimos refeições nas Noites de Reunião Familiar e nas atividades da Igreja que quase torna-se um tipo de reunião sacramental. Alguém faz a oração, tem um debate ou uma atividade, tudo com comida ao redor.” Hill disse que “é muito fácil para que esse hábito torna-se uma prática rotineira, principalmente se você é mórmon e não bebe. Ao final de um dia estressante, nós não beberemos umas cervejas com os amigos ou nos divertiremos em um bar, porém o que a gente e faz é comer um chocolate ou um simples carboidrato.”

Hill disse que comer alimentos açucarados e carboidratos tendem a aumentar a dopamina em nossos cérebros os quais “reparam com uma forma divina que Deus configura o cérebro onde a alegria é recompensadora e os vícios alimentares reforçados.” Ele também disse que a comida pode ser tão viciante quanto a cocaína, embora a dimensão do vício seja menor que o das drogas pesadas ou álcool.

De acordo com um estudo de 2006 intitulado “Religion and Body Weight in Utah” feito por Ray Merrill, professor de ciência da saúde da BYU, mórmons, na época em que o estudo foi feito, tinham em média 2.58 quilos a mais e 34% mais chances de serem obesos que pessoas não religiosas em Utah. Um estudo parecido não foi divulgado desde então, mas esses dados mostram que mórmons têm formas de adotar hábitos alimentares saudáveis e cortar o excesso de açúcar de suas dietas.

O GRÁFICO VAI AQUI

Embora Utah tenha o 6º menor índice de obesidade, de acordo com o stateofobesity.org, a taxa de obesidade entre as faixas etárias de 26-64 anos estão no mesmo patamar que as taxas médias de obesidade no resto do país. (Gráfico por Marinda Risk)

Contudo, nem todos os dados relacionados à religião e peso são negativos. O relatório de obesidade em Utah mostra que o estado tem a sexta menor taxa de obesidade no país, mas também está esclarecido nos dados que, isso seja provável, porque Utah é “o estado mais jovem” com uma população de idade mediana de 30,7 anos. A população de 18 a 25 anos no estado tem um índice de obesidade de 8.9% enquanto aqueles com idades entre 45 a 65 anos têm um índice de obesidade de 33%.

Um estudo intitulado “Does Religion Increase the Prevalence and Incidence of Obesity in Adulthood?” mostra uma correlação positiva entre certas práticas religiosas e obesidade entre americanos cristãos, principalmente no Sul, e a correlação negativa com outras práticas. O estudo mostrou que “mulheres que relataram índices maiores na frequência à igreja tinham um risco menor em tornarem-se obesas.”

De acordo com o estudo, os homens são menos propensos a serem ou tornarem-se obesos quanto mais eles se voltam para religião para consolo. Os cientistas levantaram a hipótese que os homens podem voltar-se à religião ao invés do alimento como uma forma de conforto e, assim, estão mais propensos a evitar obesidade.

Alguns estudos e outros experimentos mencionados em estudo de 2006, mostram que a identificação como religiosa aumente a probabilidade das pessoas serem obesas, mas outros dados mostraram que isso pode ocorrer porque muitas pessoas religiosas não fumam, ou não fumam tanto, como os indivíduos não religiosos e, dessa forma, eles não têm esse fator do apetite que desempenha um papel no peso deles.

O estudo de 2006 relata que “pessoas que vão à igreja regularmente, ou leem a Bíblia tendem a ter pressão arterial baixa que pessoas menos religiosas.” Pessoas que são religiosas também são hospitalizadas com menos frequência, são menos propensas a sofrerem de depressão, têm uma sensação mais forte de bem-estar e satisfação na vida, sistemas imunológicos mais fortes e melhor longevidade.

Hill disse que a religião e a Expiação de Jesus Cristo podem ajudar as pessoas em tudo em suas vidas incluindo perda de peso e um estilo de vida mais saudável.

'Nós não somos perfeitos (quando estamos lutando com o peso). Há alguns elementos que ajudarão as pessoas a cortar o açúcar e a má alimentação', disse Hill. 'A Expiação de Cristo está lá para nos purificar e nos curar. Cristo pode curar nossas feridas psicológicas que podemos ter por nos automedicarmos com comida, e Ele nos capacitará. O Salvador nos ajuda a ajudar os outros, e a maneira mais rápida de sobrepujar os vícios é através do serviço e ajudando os outros. Nós nos tornamos pequenos atores em nossas próprias peças e outros se tornam as estrelas.”

Taxas de Obesidade no Estado de Utah por Faixa Etária

18 a 25 anos: 8.9% da taxa de obesidade

26 a 44 anos: 25.9% da taxa de obesidade

45 a 64 anos: 33% da taxa de obesidade

+ de 65 anos: 26,8% da taxa de obesidade