Originally published in English March 8, 2018
Translation by Cristina Baldaia Costa
A aluna da BYU Tinesha Zandamela deu por ela a ter de entrar na casa de banho do edifício JFSB para se recompor da emoção…custava-lhe a acreditar na noticia que tinha recebido. Zandamela tinha acabado de saber que a BYU tinha aprovado a abertura da Sociedade das Mulheres de Minoria Étnica, uma ideia sua desde a altura em que entrou na BYU, mas que nunca pensou ver concretizada. Durante o seu segundo ano, contactou vários professores que, com todo o respeito, lhe diziam sempre que a Universidade jamais aprovaria um clube dessa natureza.
“Não sei exatamente o que catalisou a mudança”, diz Zandamela, “mas, no inicio, quando vim para a BYU, existia uma atitude muito diferente em relação a este tipo de assuntos de que eu falava, no que se refere á raça e ao feminismo.”
Zandamela diz que tem reparado que há mais debates sobre a questão da raça no campus e a aceitação desses debates motivou-a a criar esta sociedade. No ultimo ano, decidiu que não queria terminar o curso com o arrependimento de não tentar criar um espaço para as mulheres de minoria étnica na BYU.
A sociedade abriu as portas oficialmente no Outono de 2017, com um evento social com uma ótima participação. Zandamela diz que em cada reunião há membros novos a entrar, desde aquele primeiro encontro.
A presidência da sociedade tenta fazer atividades que abordem questões como a saúde mental, oportunidades académicas, entre outros tópicos que os membros queiram discutir. A presidência acredita firmemente em assegurar que os membros têm voz e que sintam que são ouvidos. A’ medida que desenrolava este projeto, Zandamela entrou em contacto com Louise Wheeler, professora da Faculdade de Aconselhamento e Psicologia da BYU. A professora Wheeler andava há algum tempo a tentar criar um grupo para mulheres de minoria étnica. Ela passou a ser a orientadora da sociedade para apoiar e servir como mentora das mulheres de minoria étnica, coisa que ela nunca teve enquanto estudante da BYU.
A professora Wheeler diz que a missão da sociedade é criar um espaço para as alunas de minoria étnica onde possam ser elas próprias no seu todo, sem serem questionadas, um espaço onde possam ter ligação com pessoas com as mesmas experiencias, um espaço onde possam expressar livremente a sua cultura e historia, um espaço onde possam encontrar ligação com os professores e mentores e um espaço que fomente o crescimento académico e profissional.
A sociedade já organizou um vasto leque de atividades, desde um serão sobre oportunidades de mestrados a uma noite onde se celebrou o álbum “Lemonade” da Beyonce. Zandamela está ansiosa pelo serão que se vai realizar com a presença de professores de várias faculdades que irão falar aos membros da sociedade.
Uma aluna do curso de Ensino do Primeiro Ciclo, Israel Selway, tem estado envolvida na sociedade desde a sua abertura. Valoriza imenso a direção especifica que se dá ao apoio ‘as mulheres de minoria étnica na BYU duma forma distinta de outros clubes culturais e minoritários da universidade. “Somos uma minoria distinta enquanto pessoas de minoria étnica, mas, mais ainda, uma minoria enquanto mulheres de minoria étnica”, diz Selway. “E depois algumas de nós somos ainda alunas internacionais, como eu por exemplo. Precisamos de muito mais apoio. Não há assim tantos recursos para nós. Mas mesmo os poucos que há, poucas de nós sabem que existem.”
A Sociedade das Mulheres de Minoria Étnica e’ um dos 14 clubes culturais ou internacionais reconhecidos pela BYU. Este grupo e’ o único em que a atenção se centra na questão da raça e género num todo. Uma aluna do curso de Desenho Animado, Kaede Takeshige, só participou ainda de algumas reuniões, mas esta’ contente que haja um espaço onde se possa discutir abertamente assuntos relacionados com a raça. Ela diz que se sente frustrada por viver em Utah, a’ medida que o tempo passa e que se sente como uma estranha ‘as vezes. “A cultura é uma parte importante demais em Utah”, diz Takeshige. “Há a cultura mórmon e as pessoas são muito ciosas da sua cultura familiar, por isso, torna-se difícil celebrar a nossa cultura não sendo de raça branca. Acho importante termos esta sociedade na BYU, especialmente num sitio onde professamos uma religião e acreditamos em amar as pessoas pelo que elas são.”
Uma vez que Zandamela se forma em Junho, vão precisar de nova liderança. Zandamela está a frequentar Sociologia e Francês. Planeia ficar um ano sem estudar e depois entrar em Direito. Espera poder voltar a’ BYU no futuro e encontrar-se com as mulheres de minoria étnica que não chegou a conhecer.
Wheeler conta fazer parte do futuro da sociedade á medida que esta expandir. Acredita que esta sociedade ira’ ser importante no que respeita ao modo como se discute o tema da raça no campus, considerando que nunca existiu nada desta natureza na BYU.
“Espero que a comunidade estudantil veja a sociedade como uma oportunidade de ver e apreciar os talentos dos maravilhosos alunos que aqui estão”, diz Wheeler. “Espero que a vejamos como uma oportunidade para escutar os receios e experiencias dos nossos alunos e dar-lhes voz. Espero também que a comunidade inclua essas vozes e aceite de bom grado a conversa difícil que e’ a questão racial e o género, que tão frequentemente se evita na nossa cultura.”