Progresso racial ainda é razão para celebração

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Traduzido por João Teles Grilo e Ruth Baptista

Voz de João Teles Grilo

Ravell Call
O President Russell M. Nelson e Sister Wendy Watson Nelson, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, cumprimentam Mercy Makau e a sua filha Gloria Nashipai na casa da tia de Makau em Nairobi, Quénia, na segunda-feira, dia 16 de Abril de 2018. (Ravell Call/Mormon Newsroom)

As origens da posição da Igreja SUD concernentes a raça nunca foram muito claras. Contudo hoje, o ênfase da inclusão racial é o foco de uma celebração que se avizinha.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias irá patrocinar um evento no dia 1 de Junho para celebrar o quadragésimo aniversário da revelação de 1978  sobre o sacerdócio. A celebração com o tema “Sermos Um,” reafirmará a crença da igreja de que “todos são iguais perante Deus.”

O evento contará com um discurso da Primeira Presidência assim como a atuação de Galdys Knight, Saints Unified Voices, Alex Boyé,  Unity Gospel Choir International e membros do Coro do Tabernáculo Mórmon. Serão também visualizadas no evento histórias de fé de membros da igreja.

O Presidente Russell M. Ballard disse previamente no seu discurso na Conferência Geral: “Precisamos de ter compaixão pelos filhos de Deus e eliminar qualquer preconceito, seja de raça, género ou nacionalidade. Que todos saibam que acreditamos verdadeiramente que as bênçãos do evangelho restaurado de Jesus Cristo, estão à disposição de todos os filhos de Deus.”

A revelação recebida sobre o sacerdócio em 1978 revoga uma directiva anterior de que os Mórmons de raça negra estavam banidos de receber o sacerdócio. No dia 8 de Junho de 1978 a Primeira Presidência anunciou que todos os membros do sexo masculino dignos, poderiam receber o sacerdócio.

O Presidente Spencer W. Kimball disse numa carta direcionada aos membros da igreja que “todos os homens dignos da Igreja podem ser ordenados ao sacerdócio, independentemente da sua raça ou cor.” Ele apressou a ida de missionários para a África Ocidental e depois visitou pessoalmente. O antigo Presidente da Igreja, Gordon B. Hinckley, visitou os membros da igreja em África alguns anos depois; o atual Presidente da igreja, Russell M. Nelson, acabou de regressar de uma tour pelo mundo que teve como elemento chave visitas a África.

No dia seguinte ao anúncio de 1978, o jornal “The Universe” publicou uma edição extra, reportando as várias reações sobre a revelação e anúncio do Presidente Kimball dentro e fora do campus (BYU). Algumas das manchetes na imprena incluíam: “Deus revela nova diretriz a Profeta SUD,” “Campus reage maioritariamente a favor ao anúncio do sacerdócio dado aos negros,” “Membro do Coro Mórmon recebe notícia em lágrimas,” “Chefe de NAACP louva mudança,” e “Dissidentes Mórmons reagem a nova directriz.”

O anúncio de 1978 tem sido alvo de celebracao na igreja desde então.

O evento “Sermos Um” precede a passada conferência de imprensa de quinta-feira dia 17 de Maio, onde em conjunto a Primeira Presidência SUD e o NAACP anunciou a crença partilhada na harmonia étnica e cívica, assim como no respeito mútuo  pelo próximo.

O “quê” da directriz concernente á raça no século dezanove é mais claro de que o “porquê.” Apesar de alguns membros de raça negra terem sido ordenados ao sacerdócio nos primeiros anos da igreja, o Presidente SUD e mais tarde governador do território de Utah, Brigham Young, declarou em 1852 que homens “negros de descendência Africana” seriam impedidos de receber o poder do sacerdócio. Da mesma forma, membros de raca negra também não podiam entrar nos templos.

Na sua página de internet, a Igreja SUD descreve a forte divisão racial e movimento esclavagista, existente na altura da posição assumida por Brigham Young. Além de serem impedidos de receber o sacerdócio, membros de raça negra estavam também banidos de realizar trabalho vicário e fazer ordenanças.

Apesar das restrições da igreja aos membros negros, a escravidão foi abolida em Utah logo a seguir ao anúncio de Brigham Young. A igreja também aponta que nunca teve uma história de segregar congregações e que o restaurador da igreja, Joseph Smith, abertamente opôs-se á escravidão.

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